Giulio Massarani

"O homem COPPE é uma postura de vida, na qual o interesse central é o ensino, é a pesquisa e cujo valor básico é a qualidade do trabalho acadêmico."
Giulio Massarani


O Prof. Giulio Massarani foi um dos protagonistas históricos que contribuíram com a criação e com o estabelecimento da Coppe como uma das maiores escolas de pós-graduação do Brasil. Recém-graduado em Engenharia Química pela Universidade do Brasil, em 1960, tornou-se o “aprendiz de feiticeiro”, discípulo fiel do visionário Prof. Coimbra. Ainda em 1960, Giulio embarcou para Houston para fazer o mestrado. Nesta época, praticamente não existiam cursos de mestrado e doutorado no Brasil. A pesquisa universitária era limitada e, no caso da engenharia, inexistente.

Coimbra, segundo Massarani, era um nacionalista típico. Sonhava com a industrialização do Brasil para livrar o país da dependência de produtos importados – problema com o qual sofremos até hoje. Em 1960 havia cerca de 9 mil jovens matriculados em cursos de engenharia. Quando formados estariam aptos a operar indústrias, mas não saberiam produzir a tecnologia necessária para instalá-las. Para isso, pensava Coimbra, era necessário formar mestres e doutores, gente capaz de criar tecnologia que daria suporte ao processo de industrialização e crescimento. Passados 52 anos, ainda enfrentamos o mesmo desafio antevisto por Coimbra.

Seguindo os passos do carismático mestre Coimbra, Massarani ingressou na carreira docente na UFRJ em 1963 e tornou-se um “homem Coppe”. Segundo a definição de Massarani, o “homem Coppe” é uma postura de vida, na qual o interesse central é o ensino e a pesquisa e cujo valor básico é a qualidade do trabalho acadêmico.

Na década de 70, somando esforços à iniciativa de Coimbra de criar e fortalecer a pesquisa científica e o ensino da pós-graduação no Brasil, Massarani criou o conceito da Iniciação Científica. Esta ação pioneira deu origem a um novo programa de bolsas de estudos cujo objetivo era estimular alunos de graduação a percorrer os primeiros passos no mundo ciência e da pesquisa. Esta iniciativa foi muito exitosa ao integrar discentes da graduação e da pós-graduação, resultando no despertar de jovens talentos para a carreira acadêmica e científica, na consolidação dos cursos de pós-graduação e, em particular, em um ensino mais forte e abrangente para a graduação.

Ao longo de sua carreira acadêmica formou inúmeros alunos de graduação, mestrado e doutorado e o seu legado floresce hoje nas mais diversas instituições brasileiras. Sua dedicação ao ensino e pesquisa continua inspirando docentes e discentes a avançar na ampliação e na qualificação da pesquisa científica realizada na UFRJ e no Brasil.


Alunos e docentes da primeira turrma de mestrado em Engenharia Química, maio de 1963. No primeiro plano, da esquerda para a direita, Donald Katz, Jair Miranda, Gileno Barreto, Edgar Vieira, Alberto Coimbra, Affonso Silva Telles eGiulio Massarani. Ao fundo, atrás de Coimbra, está Carlos Augusto Perlingeiro.